Entre os diversos cabarés que Pelotas conheceu dentre as
décadas de 10 e 30, um deles frequentou, por diversas vezes as páginas
policiais naquele período: o célebre cabaré do Biriba, localizado à Rua
Tiradentes nº 14, próximo ao pontilhão.
Josephine Baker |
A grande atração deste cabaré era a mulher Alayde Goulart da
Silva, uma parda simpática e que dançava tal qual a famosa bailarina Josephine
Baker [Saint Louis, USA, 1906 – Paris, França, 1975] tida como a primeira
grande estrela negra das artes cênicas, sendo Alayde, por isto, considerada a
“étoile” do petit-cabaret do Biriba, instalado sem conforto nem higiene,
segundo a imprensa, nas proximidades do pontilhão da Rua Tiradentes.
Alayde, dentre as demais estrelas da casa, era a que mais
admiradores tinha no “desordenado antro noturno”, motivo pelo qual ela
desfrutava a admiração e atenções do Jorge, “robusto” carneador da charqueada
São Gonçalo e do pescador Isidro Miranda.
Na noite do dia 4 de abril de 1928, os dois rivais se
encontraram no local de apresentação de sua idolatrada e se digladiaram pela
posse do amor de Alayde.
Da luta renhida, o pescador Isidro teve o braço direito
cortado por um golpe de adaga que Jorge lhe desferira, fugindo em seguida.
Benedicto Braga,cidadão que atende pelo alcunha de Biriba e
o diretor-proprietário do minúsculo Folies Bergères, avisou a polícia e enviou
o ferido para a Santa Casa, onde ficou recolhido.
Na delegacia de polícia, o Sr. capitão Orestes da Fonseca,
no dia seguinte, escutou o “Biriba” e a “fascinante” Alayde Goulart da Silva.
Os bambas promovem
algazarra no cabaré do Biriba
Dia 17 de fevereiro de 1930, à noite, deu-se forte algazarra
no cabaré do Biriba, próximo ao pontilhão da Rua Tiradentes.
Chamada a Guarda Civil, esta conduziu para as grades do 2º
posto, os seguintes turbulentos: Mário Maciel, João da Cruz Freitas, Maria
Cândida Teixeira, José Aram, Maria Souza, Casemira Gouvêa, Alaíde Silva,
Antônio Alves, Julieta dos Santos, João Francisco de Moraes e Maximiano Britto.
Cena de sangue no
“Cabaré do Biriba”
Na conhecida “espelunca” situada à Rua
Tiradentes nº 14, denominada “Cabaré do Biriba”, deu-se, na madrugada do dia 3
de dezembro de 1930, por um mal entendido, uma cena de sangue, saindo ferido um
soldado do 2º batalhão do 9º R.I., aqui sediado.
Cerca da 1h30, Waldemar
Silva, de 20 anos, solteiro, praça daquela unidade do exército, foi ao
“Cabaré do Biriba” e, como encontrasse a porta fechada, bateu fortemente.
Biriba, dono do estabelecimento, supondo que a casa
estivesse sendo assaltada por gatunos, deu um tiro de revólver, em direção à
porta, ferindo o visitante.
Com o estampido, compareceu a polícia, prendendo Benedicto e
fazendo com que o soldado fosse conduzido à Santa casa de Misericórdia, para
ser medicado.
A polícia abriu inquérito a respeito do caso.
Desordem no cabaré
Uma formidável desordem, praticada por Adebar Farias Pinto,
dia 15 de novembro de 1931, à noite, no “Cabaré do Biriba”, à Rua Tiradentes,
custou-lhe nada mais, nada menos do que ser engavetado numa das celas do 2º
posto.
Josephine Baker |
Extraordinária pesquisa, adorei amigo e colega, parabéns! abraço
ResponderExcluirGostei do texto. Encontre seu texto, por estar procurando alguma foto da Baoate Mil e Uma Noites, que era do Badia. Se vc sabe alguma coisa sobre esta extinta casa noturna, poderia me informar.
ResponderExcluirBoa tarde Sr. Estevão, sou neto do Badih e gostaria de saber mais informações do 1001 noite, tenho algumas fotos desta época. Sou de Pelotas mas, moro fora a muuuitos anos, pesquisando, encontrei esse blog caso tenham mais informações meu WhatsApp é 11 99303-7001.
ExcluirAbraço. Ronaldo Alves
Meu caro Estevão, foto do Mil e Uma..., (que era do Badia),por enquanto não consegui, embora ainda não tenha até então tratado daquele período em meus dois trabalhos: "A princesa do vício e do pecado", ainda não editados. Caso apareça algo te viso. Abraço.
ResponderExcluirCaro Sr. Monquelat, sou neto do Badih Simões David, tenho algumas imagens desta época do 1001 noite e tenho interesse em resgatar estes fragmentos da nossa história. Caso tenha interesse, meu WhatsApp é 11 99303-7001. Abraço Ronaldo Alves
ExcluirPrezado, tens registros sobre o cabaré Balalaika ou Balalaica, que me parece era na Santos Dumont esquina Floriano, num sobrado de cimento penteado.
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