Em 3 de dezembro de 1901 o Sr. Francisco Di Paola entregava
ao público pelotense uma organização que viria a dar um grande passo no setor
comercial de Pelotas, o Bazar Edison.
O Sr. Di Paola, cinco anos antes, 1896, aportara no Sul do
país e, segundo Klécio Santos em seu
livro “Sete de Abril – O teatro do imperador”, se tornaria um dos pioneiros do
cinema em Porto Alegre e Pelotas.
Dentre as muitas iniciativas do fundador deste tradicional
estabelecimento - que desde muito cedo angariou a simpatia e popularidade
dentre os clientes, não só da Princesa do Sul - deve também a cidade o título
de pioneira no Estado, com referência a introdução de fonógrafo, gramofone,
rádio-eletrola e outras mercadorias mais, durante sua longa trajetória
comercial, onde apresentou sempre aos seus clientes artigos cuja procedência e
fabricação eram o ponto alto de suas vendas.
Uma das primeiras referências ao estabelecimento do Sr. Di
Paola nos parece ser a do jornal A
Opinião Pública de 18 de dezembro de 1902, na qual era dito que: junto ao
Café Java, estava instalada a Casa
Edison [parece ter sido inicialmente o nome do Bazar Edison], nova no gênero em
Pelotas e que constava o seu sortimento de fonógrafos e aparelhos respectivos,
campainhas elétricas, objetos para escritório e outras novidades próprias para
presentes, tudo importado dos Estados Unidos.
Ao público o jornal recomendava uma visita ao novo
estabelecimento, do qual era proprietário o Sr. Francisco Di Paola.
O Sr. Di Paola que em Pelotas montara caprichosamente, à Rua
15 de Novembro, a casa especializada em fonógrafos, denominada de Casa Edison, havia
obsequiado o jornal com um prendedor de papéis muito elegante, e que servia-lhe
de reclame.
Era uma bonita peça em madeira lustrada, com mola, tendo na
parte superior um pequeno cão, como que a escutar as vozes de um fonógrafo, a
cuja campana [escuta] punha o ouvido atento.
Cinco anos após sua instalação, à Rua 15 de Novembro nº 153
A, o Bazar Edison no intuito de ampliar suas instalações mudou-se para o prédio
de nº 608, da mesma rua, já dispondo de uma enorme clientela.
Em novembro de 1913, com a morte de seu fundador, passou a
firma a girar sob a denominação de Viúva C. de Paola, tendo como gerente o Sr.
Abílio Colvara que, na condição de gerente, não economizando esforços conseguiu
amenizar a forte lacuna deixada pelo sócio fundador, Sr. Francisco De Paola.
Naquele mesmo período foram realizados diversos
melhoramentos a fim de proporcionar mais conforto e presteza nos serviços aos
seus clientes, tais como a criação das seções fotográficas e dos serviços
fotográficos para amadores, serviço este que foi o primeiro a ser instalado
nesta cidade, e que, dia a dia fez aumentar o prestígio e o conceito junto ao
povo pelotense.
Por volta do ano de 1922, assumiu a gerência o Sr. Ettore
Bacci, o qual, dado o seu senso de organização comercial, já em 1937 passou a
sócio gerente.
Em 1951, ano de seu jubileu, o Bazar Edison gozava de um
enorme conceito e popularidade, graças ao Sr. Ettore e a dedicação e
conhecimento no ramo de seus auxiliares, que na época eram os senhores: Armando
De Paola, chefe da seção de varejo, auxiliado pela Srta. Luiza Nanine; o Sr.
Alfredo Wenzel, chefe da seção de impressão fotográfica; Sr. Mário Bacci, chefe
da seção de revelação, auxiliado pelo Sr. Elbio Bacci, que dirigia a seção de
esmaltação; o Sr. João Carvalho, chefe da seção de reportagens fotográficas e
ampliações.
Em Pelotas o Bazar
Edison era o representante exclusivo dos acordeões Todeschini, marca das mais
renomadas e que, na época, constituía um símbolo de perfeição e durabilidade de
instrumento musical.
Quanto à fotografia e o material nela utilizado, distribuía
o Bazar Edison o das fábricas Kodak, Gavert e Ilford, possuía ainda um completo
sortimento dos mais variados modelos de máquinas fotográficas e acessórios,
como lâmpadas, lentes, etc.
No Bazar eram encontrados instrumentos musicais em geral,
bem como acessórios e pertences como livros e partituras para dança e estudo.
Nos anos 50 do século XX, em virtude da crescente procura e
interesse que se observava por discos, o Bazar ampliou sua seção especializada
oferecendo maior quantidade e variedade de discos tanto nacionais quanto
estrangeiros.
Também os carnavalescos iam comprar no Bazar Edison suas
fantasias e adornos tão necessários nos festejos momescos. Possuía ainda um
variado estoque de artigos para o carnaval, como sejam máscaras, lantejoulas,
vidrilhos e uma infinidade de outros objetos.
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Fonte de pesquisa: Bibliotheca Pública
de Pelotas/CDOV
Foto de Di Paola: Acervo Klécio Santos.
Revisão do texto, tratamento de imagens
e postagem: Bruna Detoni
Bom saber que um empreendimento da família fez história em Pelotas, saudades.
ResponderExcluirEssa Mochila Dell é bem resistente, agora então, que vai começar a faculdade é fundamental ter uma dessa
ResponderExcluirVerdade, os ferros de passar a vapor nenhum deles grudam, agora, tem uns modelos que tem mais recurso por exemplo, o Ferro Philips Walita ele é bem avaliado
ResponderExcluirPossuo uma foto do sr. Abilio Colvara (com dedicatória à sua prima, minha tataravó).
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