terça-feira, 21 de novembro de 2017

Bazar Edison, Pelotas




         Em 3 de dezembro de 1901 o Sr. Francisco Di Paola entregava ao público pelotense uma organização que viria a dar um grande passo no setor comercial de Pelotas, o Bazar Edison.
         O Sr. Di Paola, cinco anos antes, 1896, aportara no Sul do país  e, segundo Klécio Santos em seu livro “Sete de Abril – O teatro do imperador”, se tornaria um dos pioneiros do cinema em Porto Alegre e Pelotas.
         Dentre as muitas iniciativas do fundador deste tradicional estabelecimento - que desde muito cedo angariou a simpatia e popularidade dentre os clientes, não só da Princesa do Sul - deve também a cidade o título de pioneira no Estado, com referência a introdução de fonógrafo, gramofone, rádio-eletrola e outras mercadorias mais, durante sua longa trajetória comercial, onde apresentou sempre aos seus clientes artigos cuja procedência e fabricação eram o ponto alto de suas vendas.
         Uma das primeiras referências ao estabelecimento do Sr. Di Paola nos parece ser a do jornal A Opinião Pública de 18 de dezembro de 1902, na qual era dito que: junto ao Café  Java, estava instalada a Casa Edison [parece ter sido inicialmente o nome do Bazar Edison], nova no gênero em Pelotas e que constava o seu sortimento de fonógrafos e aparelhos respectivos, campainhas elétricas, objetos para escritório e outras novidades próprias para presentes, tudo importado dos Estados Unidos.
         Ao público o jornal recomendava uma visita ao novo estabelecimento, do qual era proprietário o Sr. Francisco Di Paola.
         O Sr. Di Paola que em Pelotas montara caprichosamente, à Rua 15 de Novembro, a casa especializada em fonógrafos, denominada de Casa Edison, havia obsequiado o jornal com um prendedor de papéis muito elegante, e que servia-lhe de reclame.
         Era uma bonita peça em madeira lustrada, com mola, tendo na parte superior um pequeno cão, como que a escutar as vozes de um fonógrafo, a cuja campana [escuta] punha o ouvido atento.


         Cinco anos após sua instalação, à Rua 15 de Novembro nº 153 A, o Bazar Edison no intuito de ampliar suas instalações mudou-se para o prédio de nº 608, da mesma rua, já dispondo de uma enorme clientela.
         Em novembro de 1913, com a morte de seu fundador, passou a firma a girar sob a denominação de Viúva C. de Paola, tendo como gerente o Sr. Abílio Colvara que, na condição de gerente, não economizando esforços conseguiu amenizar a forte lacuna deixada pelo sócio fundador, Sr. Francisco De Paola.  



         Naquele mesmo período foram realizados diversos melhoramentos a fim de proporcionar mais conforto e presteza nos serviços aos seus clientes, tais como a criação das seções fotográficas e dos serviços fotográficos para amadores, serviço este que foi o primeiro a ser instalado nesta cidade, e que, dia a dia fez aumentar o prestígio e o conceito junto ao povo pelotense.
         Por volta do ano de 1922, assumiu a gerência o Sr. Ettore Bacci, o qual, dado o seu senso de organização comercial, já em 1937 passou a sócio gerente.
         Em 1951, ano de seu jubileu, o Bazar Edison gozava de um enorme conceito e popularidade, graças ao Sr. Ettore e a dedicação e conhecimento no ramo de seus auxiliares, que na época eram os senhores: Armando De Paola, chefe da seção de varejo, auxiliado pela Srta. Luiza Nanine; o Sr. Alfredo Wenzel, chefe da seção de impressão fotográfica; Sr. Mário Bacci, chefe da seção de revelação, auxiliado pelo Sr. Elbio Bacci, que dirigia a seção de esmaltação; o Sr. João Carvalho, chefe da seção de reportagens fotográficas e ampliações.
         Em Pelotas o Bazar Edison era o representante exclusivo dos acordeões Todeschini, marca das mais renomadas e que, na época, constituía um símbolo de perfeição e durabilidade de instrumento musical.  

       Quanto à fotografia e o material nela utilizado, distribuía o Bazar Edison o das fábricas Kodak, Gavert e Ilford, possuía ainda um completo sortimento dos mais variados modelos de máquinas fotográficas e acessórios, como lâmpadas, lentes, etc.
         No Bazar eram encontrados instrumentos musicais em geral, bem como acessórios e pertences como livros e partituras para dança e estudo.
         Nos anos 50 do século XX, em virtude da crescente procura e interesse que se observava por discos, o Bazar ampliou sua seção especializada oferecendo maior quantidade e variedade de discos tanto nacionais quanto estrangeiros.
         Também os carnavalescos iam comprar no Bazar Edison suas fantasias e adornos tão necessários nos festejos momescos. Possuía ainda um variado estoque de artigos para o carnaval, como sejam máscaras, lantejoulas, vidrilhos e uma infinidade de outros objetos.       







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Fonte de pesquisa: Bibliotheca Pública de Pelotas/CDOV
Foto de Di Paola: Acervo Klécio Santos.

Revisão do texto, tratamento de imagens e postagem: Bruna Detoni

4 comentários:

  1. Bom saber que um empreendimento da família fez história em Pelotas, saudades.

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  2. Essa Mochila Dell é bem resistente, agora então, que vai começar a faculdade é fundamental ter uma dessa

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  3. Verdade, os ferros de passar a vapor nenhum deles grudam, agora, tem uns modelos que tem mais recurso por exemplo, o Ferro Philips Walita ele é bem avaliado

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  4. Possuo uma foto do sr. Abilio Colvara (com dedicatória à sua prima, minha tataravó).

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