É provável que o Cinema Apolo tenha sido o primeiro dos
cinemas construídos, em Pelotas, pela empresa Xavier & Santos.
A iniciativa da empresa foi anunciada pela imprensa aos 25
dias do mês de fevereiro de 1925, sob o título de “Novo cinema”, onde era dito
que na segunda-feira da próxima semana teria início a construção do novo cinema
da empresa Xavier & Santos, o qual seria localizado à Rua Felix da Cunha,
esquina Gomes Carneiro.
A nova casa denominar-se-ia Cinema Apolo, devendo a obra
terminar no mais breve prazo possível.
Aos 4 dias de fevereiro daquele mesmo ano era dito já ter
sido dado início, dia 2 daquele mês, a construção do novo cinema com o qual a empresa Xavier & Santos dotaria
a cidade, aumentando assim o seu raio de ação e oferecendo ao público mais uma
confortável e elegante casa de diversões.
A construção do novo cinema obedeceria a todos os requisitos
da técnica moderna, não só quanto a arquitetura como à disposição para a
comodidade do público.
As obras seguiam com máxima atividade, tendo iniciado o
assentamento dos tijolos para levantamento das paredes. O ato teve como
padrinho o menino Homero Santos, filho mais moço do Sr. Francisco Santos, que
colocou o primeiro tijolo. A empresa comemorou o acontecimento oferecendo
grande quantidade de chope e outras bebidas a todos os operários, que eram em
número de sessenta e dois.
Em meados de maio de 1925 foi noticiado prosseguirem em
ritmo acelerado as obras do novo cinema, já tendo começado a colocação das
telhas e, adiantados como iam os trabalhos, era de se esperar que dentro de um
mês ou pouco mais fosse inaugurado o “novo theatro”.
A inauguração
Segundo os jornais do dia 15 de agosto de 1925, estava
definitivamente assentada para o dia 4
de setembro a inauguração do “elegante Theatro Apolo”, que a empresa Xavier
& Santos construíra à Rua Felix da Cunha, esquina Gomes Carneiro.
O novo centro de diversões populares, que estava recebendo as
últimas demãos, comportaria uma lotação de 1.250 cadeiras e 300 gerais.
A inauguração dar-se-ia às 20 horas do dia 4 de setembro de 1925, com um grandioso espetáculo, sendo executada a sinfonia Guarani pelas orquestras do novo theatro e do 7 de Abril, em conjunto.
Em seguida seriam exibidas magníficas fitas [filmes], sendo uma local, da Fábrica Guarany, a comédia Sunshine Radiomania e o soberbo drama em 7 partes Romance da floresta, interpretado pelo “simpático” Willians Desmond.
A inauguração dar-se-ia às 20 horas do dia 4 de setembro de 1925, com um grandioso espetáculo, sendo executada a sinfonia Guarani pelas orquestras do novo theatro e do 7 de Abril, em conjunto.
Em seguida seriam exibidas magníficas fitas [filmes], sendo uma local, da Fábrica Guarany, a comédia Sunshine Radiomania e o soberbo drama em 7 partes Romance da floresta, interpretado pelo “simpático” Willians Desmond.
No palco, seria apresentado o duo sertanejo os Rochinhas, em consagrados números de
variedades.
Para esse extraordinário espetáculo vigorariam os preços de
3$ e 1$500 gerais.
O novo teatro correspondia a um belo melhoramento para a
zona onde estava localizado, e para uma parte da população de Pelotas, que com
maior facilidade poderia assistir aos espetáculos que a empresa Xavier &
Santos costumava proporcionar.
Além disso, o Apolo fora construído em condições de oferecer
conforto e comodidade, quer na estação invernosa, quer no verão, ventilado como
era por numerosas e amplas aberturas móveis.
A plateia, dividida em 5 corredores, comportava 1.200
poltronas e a galeria, a entrada da sala, dava lugar à 250 pessoas.
Dispunha ainda o Apolo de um magnífico palco e a cabine, destinada
às projeções cinematográficas, era toda de cimento armado, oferecendo assim maior
segurança em caso de qualquer sinistro.
A fachada, que quando do ato de inauguração não estava
concluída, era de estilo moderno; um elegante vestíbulo, gabinetes reservados
para homens e mulheres, bilheterias e depósito, completavam as instalações do
novo teatro.
A iluminação era abundante e bem distribuída, tendo sido
toda a instalação executada pelo Sr. Antenor de Barros Farias, hábil operador
da empresa.
A construção do Apolo foi executada pelos Srs. Xavir, Duarte
& Companhia e a decoração pelo Sr. Cândido Bello, tendo sido confiado ao
Sr. Alfredo Buchardi a confecção do pano de boca.
Ao ato inaugural compareceu enorme multidão, que lotou a
quadra inteira do teatro, achando-se também a vasta sala do Apolo repleta de
espectadores. Deu início ao espetáculo uma grande orquestra, sob a regência do
Sr. José Amor, que executou a sinfonia do Guarani, sob aplausos da vultosa
assistência. A seguir foram
exibidas magníficas fitas, inclusive uma local, da Fábrica Guarany, de
propriedade do Sr. Francisco Santos. No
palco apresentaram-se os artistas sertanejos Os Rochinhas, que foram bastante aplaudidos.
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Fonte de pesquisa: Bibliotheca Pública de
Pelotas/CDOV
Revisão do texto, tratamento de imagens e
postagem: Bruna Detoni
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