A data de instalação da
fábrica de mosaicos do Sr. Domingos Stanisci em Pelotas ocorreu no ano de 1891,
sem que possamos poder afirmar ter sido esta a primeira fábrica de mosaicos da
cidade.
Três anos depois da instalação da fábrica, em uma pequena
propaganda publicada no jornal Correio Mercantil de janeiro de 1894, era
divulgado sob o título de Indústria Nacional que a fábrica de mosaicos de
Domingos Stanisci, cujas especialidades eram tijoleiras com letreiros para
passeios, pátios, soteias, tijoleiras em azulejo para forrar corredores
e cozinhas. Garantia em prontidão, nitidez e preços módicos, bem como encarregava-se de qualquer trabalho em terra
romana.
Informava por último, que a fabrica do Sr. Stanisci estava localizada à Rua General Osório nº9.
Informava por último, que a fabrica do Sr. Stanisci estava localizada à Rua General Osório nº9.
Em novo anúncio, publicado pelo Correio Mercantil em abril
de 1896, agora com nova razão social que mudara para Domenico Stanisci &
C., com casa em Pelotas, à Rua General Osório º33, e filial em Rio Grande, à
Rua Zalony nº51; lia-se que, tendo os proprietários deste estabelecimento feito
aquisição de importantes máquinas, grande e variado sortimento de moldes e
material, podiam fornecer a preço sem concorrência, tijoleiras para passeios,
pátios, soteias, mesas para jardins, para forrar corredores, cozinhas,
letreiros, etc.
Tendo a casa numeroso pessoal podia atender com prontidão a
qualquer pedido.
Embora instalada desde o ano de 1891 é somente em fevereiro
do ano de 1900 que vamos encontrar uma descrição mais pormenorizada da fábrica.
A fábrica, que mudara do número 9 da Rua General Osório para
o número 33 da mesma rua, ficava na esquina da Rua Sete de Abril [D. Pedro II].
O estabelecimento estava em condições de atender as mais
caprichosas exigências do consumo, com mais de cem tipos diversos de tijoletas,
de cimento e granito, aplicáveis a passeios de rua, pátios, soteias e outras
dependências de casa.
Na fábrica, para a confecção dos produtos, usava-se apenas areia
e cimento, e dali saíam os mais variados mosaicos de inteligente e artística
combinação, com os requisitos que se exigissem.
O pessoal empregado era de 12 a 16 homens e a produção da
fábrica era avultada e grande era o consumo de seus produtos, principalmente em
Pelotas. O Sr. Stanisci atendia também
diversos pedidos de outras cidades do interior do Estado, assim como de outros
estados do país.
Seu maquinário era composto de duas prensas, as mais
aperfeiçoadas no gênero, “em incessante atividade”. Estas prensas sentavam sobre as
tijoletas dentro das formas em que se adaptavam, estas tijoletas saíam para ficar
em depósito durante o espaço de 24 horas nas prateleiras, passando então aos
tanques, retiradas daí, depois de igual espaço de tempo, estavam prontas para uso. O trabalho era todo manual.
O depósito do estabelecimento era de 20:000$000, com um
capital de 40:000$000, para o seu atual funcionamento.
As máquinas como todos os contramoldes, de ferro, em número
superior a 300, eram oriundos da Argentina, na sua grande maioria.
Da mesma procedência recebia a fábrica, em grandes partidas, pedaços de mármore de cores que, combinados com o cimento, na medida em que
entravam geravam peças de granito artificial, preferíveis ao mármore em solidez
e durabilidade. Havia trabalhos desta natureza em colunas, escadarias,
balaústres, etc., “admiravelmente acabados”.
A fábrica do Sr. Domingos Stanisci era “um legítimo orgulho
para o seu fundador e para a indústria da cidade de Pelotas”.
Um vigarista na fábrica de mosaicos
Em abril de 1913, Antônio Datto, que se intitulava profissional
no serviço de mosaicos, foi ao escritório da fábrica do Sr. Domingos Stanisci
solicitar-lhe emprego, no que foi bem sucedido.
Tendo-se empregado tratou logo de arranjar uma aparência
adequada para um conto do vigário que tinha em mente aplicar.
E assim planejando, conseguiu a confiança do Sr. Stanisci,
que lhe adiantou, segundo informações obtidas pela imprensa da época, a importância
de 225$000 além de uma fiança que dera para Antônio mandar confeccionar um
terno de casimira, no valor de 80$000.
Na manhã de 8 de abril, como Antônio soubesse que o Sr.
Domingos Stanisci, que se encontrava em Rio Grande, resolvera voltar para
Pelotas, não teve dúvidas em pôr-se ao fresco. Para isso, dirigiu-se à estação
da Viação Férrea, com o intuito de tomar o trem que se dirigia para o interior.
Havendo denúncia à polícia administrativa, esta tentou, na
estação, prender o vigarista. Antônio,
vendo movimento suspeito, se escondeu no interior dos carros.
Sendo perseguido pela
polícia, resolveu refugiar-se em lugar seguro, escolhendo para isso o WC de um
carro de primeira classe. Fechando-se por dentro, conseguiu ir até o Capão do Leão. No entanto, em
seguida, foi trazido para Pelotas.
O Sr. Stanisci deu parte do ocorrido ao Sr. capitão Pedro
Dias, dizendo ter sido vítima de uma exploração.
O capitão Dias tomou providências a respeito.
Ainda hoje pelas calçadas da cidade é possível ver um que
outro desses mosaicos, já centenários, mas sólidos, portanto...veja por onde pisa.
*Haviam, na cidade, outras fábrica de mosaico. Estes, assim como os mosaicos Stanisci, ainda podem ser vistos pelas ruas.
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Fonte de consulta:
Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV e acervo de A.F. Monquelat
Revisão do texto e tratamento de imagem: Bruna Detoni
Tenho foto de Domingos Stanisci era meu bisavô,. minha vó chamava-se Amélia Stanisci Carvalho.
ResponderExcluirO Domingos era meu trisavó! Mas nunca vi foto dele..
ExcluirQual è o seu nome?
Que maravilha, não consegui foto alguma pois, do contrário, a teria usado para ilustrar a matéria. Grato pelo comentário, Abraço.
ResponderExcluirmeu nome é a. f. monquelat - abraço
ExcluirOiii meu nome é Lucia Machado Pereira e atualmente resido em Camaqua RS Obrigada pela atenção abraços
ResponderExcluirLúcia, por nada, abraço.
ResponderExcluirMeu avô Domingos Stanisci , mas acredito ser Domingos meu bisavô...
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