(parte 2)
Em
1º de outubro de 1912, a imprensa de Pelotas noticiava o fato de o Sr. Antônio
Gigante, “proprietário do acreditado Bule
Monstro”, ter introduzido naquele estabelecimento mais um melhoramento de
importância incontestável.
Referência à iluminação elétrica instalada no “antigo e
conceituado empório” e inaugurada dia 28 de agosto daquele ano, já com grandes
resultados, apesar de não estar ainda concluída.
Não havia dúvida alguma que as vistosas exposições
permanentes de artigos de porcelana, cristais e finíssimos metais resaltavam de
uma maneira feérica, ante os olhos de quem passasse, dando ao Bule Monstro um aspecto magnífico.
Constava tal instalação elétrica de um possante dínamo de
115 volts e 34/8 amperes, acionado por um excelente motor da fábrica Gasmotorem
Fabrik Deutz e com a força de 8 cavalos.
O dínamo era fabricação da Siemens Schuckert Werke.
Para o resfriamento do motor, foram colocadas, em uma área
próxima ao lugar em que este se encontrava, duas grandes pipas, que estavam
cheias de água, a qual duraria pelo tempo de dois anos.
Espalhadas pelas diversas dependências do vasto prédio eram
distribuídas 22 lâmpadas, a mais fraca destas era de 50 velas, havendo algumas
de quatrocentas e quinhentas velas.
Mesmo sem estar concluída a iluminação, essas lâmpadas iluminavam
de maneira farta e segura ao estabelecimento.
A iluminação seria também dotada de uma bateria de sessenta
acumuladores, provenientes da Alemanha.
Além disso, seriam colocados poderosos focos na frente do
prédio, devendo também o grande bule,
ali instalado, ser iluminado por focos de cores variadas.
Também seria colocado na fachada do prédio o letreiro da
casa, formado de pequenos focos coloridos.
O Sr. Alberto Gigante, irmão do proprietário do Bule Monstro, Sr. Antônio Gigante, e um
dos sustentáculos deste estabelecimento, fora quem forneceu as informações que
constavam das matérias jornalísticas.
A instalação elétrica foi feita pela casa Bromberg &
Cia., de Pelotas.
No dia seguinte ao da inauguração da luz elétrica, à noite,
foi feita deslumbrante exposição de vários artigos, desde o mais barato ao mais
luxuoso e de elevado preço.
A exposição foi vista por centenas de pessoas que, segundo a
imprensa da época, tiveram a melhor impressão.
Aos quatro dias do mês
de novembro de 1912, a Seção de Varejo
do bazar Bule Monstro, localizada à
Rua Andrade Neves nº 619, anunciava que acabara de receber completo sortimento
de artigos, tais como banheiras, pias, lavatórios, toaletes para senhoras com
água quente e fria, torneiras, filtros de pensão para encanamentos hidráulicos,
etc.
Dia nove daquele mesmo mês, era anunciado que, dentro de
poucos dias, seria feita no Bule Monstro
uma deslumbrante exposição de artigos prateados.
Para tal, estavam sendo ultimados no Rio de Janeiro, onde se
encontrava o Sr. Antônio Gigante, os despachos dos referidos artigos,
provenientes da Wurttfmbergische “a melhor e a mais importante em todo o mundo
de artigos prateados para presentes”.
O jornal A Reacção de 17 de dezembro de 1912 noticiava que o
Bule Monstro iria oferecer à sua
numerosa freguesia, como presente de fim de ano, excelentes copos para água ou
cerveja.
Seria este um brinde de verdadeira utilidade, comentava o
jornalista, que fora contemplado com uma dúzia dos referidos copos.
Completando a notícia, era divulgado que em breve o Bule Monstro instalaria cinco elegantes
escaparates, para exposição dos numerosos artigos que recebia frequentemente.
Tendo feito a aquisição de uma caixa registradora, o Bule Monstro, a partir de outubro de
1913, passou a fornecer aos compradores uma cautela correspondente ao valor de
suas compras, sendo que todo o cliente que apresentasse cautelas no valor de
25$000 [réis], o bazar daria, como bonificação, 10% em mercadorias.
O Bule Monstro
distribui pratos e canecas aos pobres
Como forma de comemorar o seu aniversário, o bazar Bule Monstro faria grande distribuição
de pratos, no mês de maio de 1914, às meias-dúzias, pelos necessitados.
O lote de cartões, que para esse fim fora entregue à
imprensa pelo Sr. Antônio Gigante, para que essa os distribuísse pelos pobres
que à gerência dos jornais os fossem procurar.
O jornal Correio Mercantil de 19 de dezembro de 1914, noticiava
que, na segunda-feira, dia 21 de dezembro, o importante e conhecido bazar Bule Monstro faria a distribuição do
“valioso donativo” de 1.200 canecas de louça aos pobres, como festas de natal.
Os cartões, que davam direito às canecas, entregues ao
Correio Mercantil já estavam todos distribuídos, bem como os cartões entregues
aos outros jornais da cidade, ao que o redator do jornal acrescentava que iria
assistir, pois “é uma simpática e curiosa procissão”.
Continua...
Fonte de consulta:
Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV
Revisão do texto: Jonas
Tenfen
Tratamento de imagem:
Bruna Detoni
Dia nove daquele mesmo mês, era anunciado que, dentro de
poucos dias, seria feita no Bule Monstro
uma deslumbrante exposição de artigos prateados.
Para tal, estavam sendo ultimados no Rio de Janeiro, onde se
encontrava o Sr. Antônio Gigante, os despachos dos referidos artigos,
provenientes da Wurttfmbergische “a melhor e a mais importante em todo o mundo
de artigos prateados para presentes”.
O jornal A Reacção de 17 de dezembro de 1912 noticiava que o
Bule Monstro iria oferecer à sua
numerosa freguesia, como presente de fim de ano, excelentes copos para água ou
cerveja.
Seria este um brinde de verdadeira utilidade, comentava o
jornalista, que fora contemplado com uma dúzia dos referidos copos.
Completando a notícia, era divulgado que em breve o Bule Monstro instalaria cinco elegantes
escaparates, para exposição dos numerosos artigos que recebia frequentemente.
Tendo feito a aquisição de uma caixa registradora, o Bule Monstro, a partir de outubro de
1913, passou a fornecer aos compradores uma cautela correspondente ao valor de
suas compras, sendo que todo o cliente que apresentasse cautelas no valor de
25$000 [réis], o bazar daria, como bonificação, 10% em mercadorias.
Foi em 1912 com Antonio Gigante que o Bule monstro mudou de endereço da XV de novembro [São Miguel] para a Sete/Andrades? E na Sete/Andrade a loja esteve realmente em dois endereços? Um em frente ao outro como parece ser vendo algumas fotos? Primeiro onde hoje é a Gaston e logo após onde é a Otica Cristal? Existe registro escrito disso? Abraço ótimos textos. Fábio
ResponderExcluirMeu caro Fábio, embora naõ tenha encontrado a data da mudança, acredito que ela tenha ocorrido antes da venda ao Antônio Gigante. Quanto aos dois endereços estás correto e, onde hoje é a Gaston era uma espécie de depósito do Bule Monstro mas, continuamos na busca por maiores detalhes. Grande abraço.
ExcluirResposta 2 - Amigo Fábio, graças a tua pergunta sobre a mudança da 15 para a Andrade Neves do Bule Monstro, fui aos meus arquivos e vi ter esquecido de falar sobre este fato: a mudança da 15 para a Rua Andrade Neves, em frente a firma Scholberg & Joucla, ocorreu em 9 de maio de 1904. Grato pela lembrança. Abraço do amigo Monquelat.
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