(parte 1)
Dia 15 de abril de 1882, com a denominação de Bule Monstro,
abria-se à concorrência pública um estabelecimento de louças, cristais,
porcelanas, móveis nacionais, estrangeiros e infinidade de outros artigos de
bom gosto, modernos e luxuosos.
Eram proprietários da nova loja os senhores Alfredo Ferreira
Sampaio e Antônio Francisco Madureira. A sociedade Sampaio & Madureira durou
até 31 de maio de 1885.
O local, segundo a imprensa da época, Rua São Miguel [atual
15 de Novembro] nº 177, era um dos melhores da cidade.
A especialidade do bazar, quando inaugurado, era os mais
lindos aparelhos, salvas, estátuas e etecétera, feitos de finíssimo barro e
cujo trabalho, diziam os proprietários, era de uma perfeição admirável.
Dia 15 de fevereiro de 1885, S. A. a princesa imperial
visitou em Pelotas, pela manhã, a ourivesaria do Sr. João Resende, a relojoaria
do Sr. Nathorf, a loja de louça Bule Monstro, a correaria do Sr.
João Loth e o estabelecimento de móveis do Sr. Vignoles.
Aos seis dias do mês de julho de 1885 o Sr. Alfredo Ferreira Sampaio, estabelecido nesta cidade com loja de louça à Rua São Miguel [atual 15 de Novembro] denominada Bule Monstro, participava ao comércio e ao público em geral que, em data de 1º de junho de 1885, fizera sociedade com o Sr. Pedro Afonso dos Santos na referida casa de negócio, cuja razão social passaria a ser Sampaio & Santos.
Aos seis dias do mês de julho de 1885 o Sr. Alfredo Ferreira Sampaio, estabelecido nesta cidade com loja de louça à Rua São Miguel [atual 15 de Novembro] denominada Bule Monstro, participava ao comércio e ao público em geral que, em data de 1º de junho de 1885, fizera sociedade com o Sr. Pedro Afonso dos Santos na referida casa de negócio, cuja razão social passaria a ser Sampaio & Santos.
Em 2 de setembro de 1899, foi noticiado pelo Correio
Mercantil estar na cidade, onde vinha fixar residência, associando-se a casa de
louças Bule Monstro, o Sr. Alberto
Sampaio, que fora negociante na cidade de Rio Grande.
Aos 19 dias do mês de junho de 1912, o Correio Mercantil publicava a seguinte
circular: “Pelotas, 1º de junho de 1912. Ilmo. Sr.: Tenho a honra de levar ao
vosso conhecimento, que nesta data adquiri, por compra feita à Exma. Sra.
Fortunata de Faria Sampaio, todas as existências de sua casa de louças
denominada Bule Monstro, que foi de
propriedade de seu finado marido Sr. Alfredo Ferreira Sampaio, continuando
debaixo da minha firma individual a explorar o mesmo ramo de comércio e mais o
que convier possa.
Apesar de ser este estabelecimento o mais antigo e
acreditado de Pelotas, não obstante procurarei ainda introduzir grandes
melhoramentos e sempre conservar escrupuloso sortimento.
Dessa forma penso poder merecer-lhe a mesma confiança que
dispensastes ao meu antecessor.
Também a Sra. Fortunata
de Faria Sampaio comunicou ao redator do Correio Mercantil ter vendido ao Sr.
Gigante a aludida casa.
Em 10 de julho de 1912, era anunciado que no domingo, dia 7
de julho, fora inaugurado no “velho e acreditado bazar” Bule Monstro estabelecido à Rua Andrade Neves, então de propriedade
do Sr. Antônio Gigante, uma seção de coroas e ornamentos fúnebres.
Era, segundo a imprensa, extraordinária a variedades de
artísticas coroas expostas.
O sortimento de cruzes, ramos e outros ornatos, era enormes.
Até altas horas, no dia da inauguração, conservara-se em
exposição à seção recém-inaugurada, sendo grande o número de pessoas que foram
apreciá-la.
Conforme fora anunciado, dia 9 de março de 1913, realizou-se
uma grandiosa exposição na “conhecida casa de louças Bule Monstro”.
Na primeira vitrina, que era a maior, foi exposto um grande
mostruário de artigos niquelados e prateados da marca Württfmbergische, uma das indústrias mais afamadas e conhecida
em todos os mercados.
Esse sortimento, que era colossal, compunha-se de aparelhos
para lavatórios, chá, café, serviços para champagne,
água, vinhos, cerveja, gelados, ovos, foreiros, jarras, vasos para flores,
fruteiras, centros, geladeiras e muitas outras peças diferentes, com diversas
utilidades, sobressaindo um grande serviço doméstico, muitíssimo variado.
Na vitrina imediata àquela, achava-se exposto um completo
sortimento de niquelados, da mesma marca Würitemsbergische.
No salão principal, em continuação às vitrinas, foi feita
uma exposição geral de artigos de porcelana de Sévres, aparelhos para jantar,
chá e café.
Também havia neste compartimento uma magnífica quantidade de
cristais de Limoges, aparelhos para lavatórios de 6, 7, 10, 18 e 24 peças,
muito variados em cores, que agradavam à vista.
O assoalho deste salão fora completamente coberto com um
grande tapete, sobre o qual se via, em grande profusão, um variado sortimento
de elegantes peças de metal prateado.
Também foram expostos grande número de artigos esmaltados,
nacionais e estrangeiros, imitando muito bem a porcelana.
Ali se via de tudo quanto se fazia necessário para um
serviço doméstico completo.
Destacavam-se, entre os pequenos objetos, algumas baterias
de alumínio para cozinha.
As armações do fundo, envidraçadas, eram tomadas por uma
grande exposição de lampiões belgas, vendo-se todos seus acessórios.
Ainda aparelhos para lavatórios, objetos de fantasia,
cristal da Boêmia, licoreiros, biscoiteiras, portas-perfume e porta-joias,
bomboneiras, garrafas, etc.
À Rua Andrade Neves, em um depósito, foram expostas três
pirâmides, uma, com Creolina 308, Dynamogenol e Palpite, magnífico sabão
concentrado para limpezas na cozinha.
Aquela exposição, que esteve segundo a imprensa da época,
muito bonita, foi muito admirada e continuaria no dia seguinte.
Fonte de consulta:
Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV
Revisão do texto: Jonas
Tenfen
Tratamento de imagem:
Bruna Detoni
Em outro tempos as empresas e comércios duravam mais pois se tinha noção de continuidade nos negócios.
ResponderExcluirHoje um ponto comercial dura menos de 10 anos
Sempre quis ler sobre o bule monstro. Demais.
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