As
façanhas de Jacob Klaes (parte 3 e última)
(Dedicado
aos amigos Jonas Tenfen e Sérgio Schwanz)
O Sr. Klaes e as
tratativas para a vinda de novos colonos alemães
Na edição do Correio Mercantil de 13 de outubro de 1888
lia-se que estava em Pelotas, já há alguns dias, o súdito alemão Sr. Guilherme
Schivelhein, procedente de São Paulo e encarregado, por alguns de seus
patrícios – que de lá deveriam partir em seguida em direção à Província do Rio
Grande do Sul – de examinar as terras do município de Pelotas, a fim de
proporcionar-lhes boas compras das referidas terras.
Segundo informações do Sr. Jacob Klaes, tais colonos vinham
dispostos a comprar terras neste município e aqui se domiciliarem, caso não
fossem exagerados os preços que lhes pedissem pelos lotes.
A vantagem resultante da vinda dos colonos em tais condições
para o município de Pelotas era tão evidente, segundo o jornalista, que ele se
julgava dispensado de demonstrá-la.
O Sr. Guilherme Schivelhein estava hospedado na casa do Sr.
Antônio Jacobs, proprietário do Depósito da Colônia, e ali poderia ser
procurado.
As notícias do Sr.
Jacob Klaes
Ainda naquele mês de maio de 1889, voltaria o Sr. Klaes a
noticiar “A mais preciosa descoberta do século XIX”, pois, de sua já conhecida
casa, acabava de surgir mais uma especialidade em fumos caporais, que com
orgulho ele apresentava à venda sob o nome de Caporal de Saúde.
O fumo não continha nicotina alguma e tinha um gosto, aroma
e cor muitíssimo agradáveis.
O fumo era vendido em pacotes de 50 gramas e em latas.
Dissolvendo uma
sociedade
Miguel José Lopes Braga e Jacob Klaes, aos oito (8) dias do
mês de setembro de 1889, comunicavam à praça de Pelotas que, de comum acordo,
davam por dissolvida a empresa que girava sob a denominação de Miguel Braga
& Cia., ficando o sócio Klaes pago e satisfeito de seu capital e lucros
correspondentes.
Declaravam ainda, que a firma social deles nada devia e, se
alguém se julgasse prejudicado poderia apresentar suas contas que, sendo
justas, seriam prontamente pagas.
Notícia de uma possível
venda da fábrica e retirada de Pelotas
Aos 16 dias do mês de setembro de 1889 o Correio Mercantil,
a pedido do Sr. Jacob Klaes, noticiava não ser verdadeira a notícia divulgada
em outro órgão de imprensa, na qual era dito que o Sr. Klaes vendera sua
fábrica e estava de partida da cidade de Pelotas, pois, quanto à venda da
indústria estava esta em fase de negociação e, caso viesse a se concretizar não
pretendia mudar-se de Pelotas e sim, retirar-se para uma chácara de sua
propriedade, localizada nos arredores da cidade, para tratar da abalada saúde
de sua esposa.
A firma Jacob Klaes
& C. se torna uma empresa individual
Aos 14 dias do mês de dezembro de 1889 era publicado na
imprensa de Pelotas um “À Praça”, no qual foi dito que os abaixo assinados,
sócios componentes da firma Jacob Klaes & C. Sucessores, estabelecida nesta
cidade com fábrica de beneficiar fumos, à Rua Santa Bárbara [atual Marechal
Deodoro] nºs 44 e 46, declaram ao comércio da praça de Pelotas e do interior,
que nesta data dissolveram amigavelmente a referida sociedade, retirando-se o
sócio Avelino Nuñez Gregores pago de seu capital e lucros e exonerado de toda e
qualquer responsabilidade.
Ficava a cargo do sócio Francisco de Paula Olivé todo o
ativo e passivo, que continuaria com o mesmo ramo de negócio sob a mesma firma
e debaixo de sua responsabilidade individual.
Na mesma data e logo abaixo, havia outra publicação, sendo
esta do Sr. Avelino Nuñes Gregores ratificando o “A Praça” e acrescentando que,
retirando-se para o Rio de Janeiro, julgava nada dever na praça de Pelotas ou
fora dela; porém, se alguém se julgasse prejudicado com tal declaração que
apresentasse seus títulos ao Sr. Joaquim Mascarenhas, em casa dos Srs. Jacob
Klaes & C. Sucessores que, se legais, seriam imediatamente pagos.
Fonte de consulta:
Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV
Revisão do texto: Jonas
Tenfen
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