Cinema Universal – Pelotas
A.F. Monquelat
Dentre os vários cinemas que a cidade de Pelotas inaugurou e hospedou durante o decorrer de sua história, pelo menos um deles, ao que nos parece, não foi percebido pela lupa daqueles que se dedicaram e se dedicam a escrever sobre estas casas de entretenimento e diversão, ainda hoje, tão ao gosto de muitos, que foi o Cinema Universal.
Anúncio do Cinema Universal na imprensa pelotense |
Das poucas notícias que encontramos sobre o Cinema Universal, a primeira delas foi a do dia 29 de dezembro de 1916, na qual era dito que a nova casa de entretenimento seria inaugurada no domingo próximo, dia 31 de dezembro daquele mesmo 1916, no salão situado à Rua 15 de Novembro nº 728, quadra entre as ruas Dr. Cassiano e Voluntários.
O estabelecimento, segundo notícia de época, estava montado com gosto e decorado de forma singela, mas elegante, dispondo de vários ventiladores, sendo que um deles possuía aparelho de sucção para extração do ar quente da sala.
Possantes lâmpadas elétricas forneceriam farta iluminação. A cabine era forrada de zinco, a fim de prevenir qualquer acidente, e o aparelho projetor, completamente novo, como não havia igual no Estado.Havendo ainda uma sala de espera, entre duas portas que davam para o salão.
A inauguração do novo cinema estava marcada para as 14h30, com uma soberba matinê dedicada ao mundo infantil.
À noite aconteceriam novas sessões com filmes desconhecidos do público, mas segundo a direção de apurado trabalho artístico.
Durante as projeções, seria ouvida uma afinada orquestra.
Em 30 de dezembro era anunciado que, dia seguinte, às 14h30, seria inaugurado o novo Cinema Universal, no salão à Rua 15 de Novembro nº 728.
Àquela hora, haveria atraente matinê e a noite, novas sessões com selecionadas películas.
A entrada custaria 1$000.
Sobre o ato de inauguração, não encontramos registro algum nos jornais da cidade.
É provável que a inauguração tenha ocorrido dias depois da data prevista, pois, segundo notícia encontrada no Diário Popular: inaugurou-se anteontem [07-01-1917] o novo salão Cinema Universal, a Rua 15 de Novembro nº 728.
Nas duas sessões, à tarde e à noite, foram passadas interessantes fitas, que agradaram ao numeroso público que ali acorreu.
A próxima nota sobre o novo cinema, publicada em 9 de janeiro de 1917, diz que prometiam grande sucesso as sessões daquela noite.
Seria exibida a empolgante fita “Essas mulheres”, em 10 longas partes.
Aos 17 dias do mês de janeiro de 1917, o jornal O Rebate comentava que “A Caixa Misteriosa” era uma concepção cinematográfica pertencente ao gênero dos dramas policiais e, dividida em 30 partes, repetidas por 15 séries.
Era no ramo a que se propunha o trabalho mais completo até então saído das fábricas cinematográficas.
O Cinema Universal, “ainda de curta vida, mas de largo conceito”, querendo oferecer aos seus habitués um filme, como esse de real valor, embora com sacrifício, mostrava assim o desejo que tinha de servir ao público da melhor maneira.
A breve exibição de “A Caixa Misteriosa”, era disso prova incontestável.
O público, por certo, saberia retribuir os nobres intentos da empresa do Universal. Filme este cuja exibição fora uma homenagem ao “valoroso Clube Brilhante”.
Não muitos meses depois de sua inauguração, as notícias sobre o Cinema Universal na coluna dos jornais da cidade, “Theatros e Cinemas”, cessaram por completo. O que nos leva a supor que a vida do Cinema Universal tenha sido curta.
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Fonte de pesquisa: Bibliotheca Pública de Pelotas/CDOV
Revisão do texto: Jonas Tenfen
Tratamento de imagem e postagem: Jonas Tenfen
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