quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Hotel Grindler, Pelotas (parte 3)

Hotel Grindler, Pelotas (parte 3)

A.F. Monquelat


Arrendamento do Hotel Grindler, por motivos de saúde
Em princípio do mês de agosto de 1909, a redação do jornal A Opinião Pública, bem como a de outros jornais da cidade, recebeu a seguinte carta: Amigos e Srs., não podendo, em conseqüência do meu atual estado de saúde, permanecer por mais tempo à frente do Hotel Grindler, pois me vejo forçado a mudar de residência para Caxambu, entregar, por arrendamento, o mesmo estabelecimento, aos Srs. André Luiz Konrady e André Daniel Raupp, meus sobrinhos, que constituídos em sociedade, sob a firma de Konrad & Raupp, comprometeram-se a dar direção idêntica a que sempre usei neste hotel no prazo de 12 ano, que é justamente o tempo que ele tem de funcionamento no sobrado à rua Andrade Neves nº151.
[...]. Aceitai os protestos de minha estima, (...) Carlos Grindler.

Gatuno rouba atriz e é preso ao sair do hotel
De acordo com o jornal A Tribuna de 29 de abril de 1911, às 4 horas e 30 da madrugada, quando saía do Hotel Grindler, conduzindo umas malas, com o propósito de embarcar no trem com destino a cidade de Rio Grande, foi preso o indivíduo Henrique Crum. Dias antes ele se hospedara naquele estabelecimento.
Procurando saber dos motivos daquela prisão, a reportagem do jornal, pondo-se em campo, apurou o seguinte: à noite do dia 27, uma das atrizes da Companhia portuguesa, que se hospedara no Hotel Grindler, deu por falta da quantia de 350$000 réis em moeda papel e de 29 libras que se encontravam em uma das malas de sua propriedade, em seu quarto.
Na porta deste e na fechadura da referida mala, via-se visíveis sinais de violência, o que tudo levou a conclusão lógica de que se tratava de um roubo.
Dada queixa à polícia,  e esta, tomando as medidas cabíveis, efetuou, dia 29, a prisão de Henrique Crum, sobre o qual recaíram logo fundadas suspeitas, por ter ocorrido idêntico fato em Porto Alegre, onde, de um hóspede do Grande Hotel, no qual também Henrique havia se hospedado, ocorrera um furto de 150$000 réis.
O gatuno embarcara com a companhia no porto de Santos, juntamente com uma amante de nacionalidade polonesa, tendo seguido desde então a trupe da Companhia, neste estado.
Em busca realizada no quarto de Henrique, foi encontrada uma pua e um molhe de chaves diversas.
Em poder do larápio, encontravam-se duas notas de 100$000 réis, ambas com marcas da Companhia portuguesa.

Apresentação de um violinista no hotel
Noticiou a imprensa de Pelotas que, dia 2 de dezembro de 1914, foi realizado um concerto, no Hotel Grindler, em audição especial à imprensa e corpo docente desta cidade, pelo violinista cego Sr. Levino Albano da Conceição.
A assistência, que era numerosa, saiu bastante impressionada com a qualidade artística do violinista Levino, como intérprete “sentimental, sóbrio e arrogante quando assim o exigia a técnica musical”.
Assim foi a apresentação, em Pelotas, do exímio violinista brasileiro.

O conto da caixa que continha uma herança
Pelo trem da tarde do dia 24 de outubro de 1916, hospedando-se no Hotel Grindler, chegou um pecuarista no município de Passo Fundo.
Por volta das 21 horas, daquele mesmo dia, o hóspede saiu a passear pela cidade e, ao chegar à rua Andrade Neves, esquina da Marechal Floriano, foi abordado por um desconhecido, “de cor branca” que, mostrando-lhe uma pequena caixa de folha, pintada de preto, disse-lhe que a mesma continha oito contos de réis, dinheiro esse que deixara seu pai, falecido há pouco, na campanha [interior de cidade], para que fosse distribuído entre os pobres da cidade.
Disse o vigarista também que estava hospedado no Hotel Brasil [hotel próximo ao Theatro Sete de Abril] e que, sendo ele um forasteiro, tinha receio de ser roubado, por isso lhe confiaria a caixa com o dinheiro, caso o hóspede do Hotel Grindler lhe desse como garantia a quantia de um conto de réis.
O interpelado, diante da oferta não titubeou e entregou o dinheiro pedido, levando para o Hotel a caixa de folha.
Ao abri-la, logo em seguida viu que esta continha apenas papéis velhos.
Decepcionado foi queixar-se à polícia...
E assim, vê-se como um conto pode acabar rendendo outro.
No entanto, na madrugada do dia seguinte, a polícia conseguiu efetuar a prisão do vigarista, que estava hospedado no Hotel Lisbonense, à rua Sete de Abril [atual rua D. Pedro II]. Este se chamava Antônio Vieira da Silva.
Em seu poder foi apreendida apenas a quantia de 73$000 réis.
Vieira seria processado.

Um homem perverso: ficará impune?
Na Seção Livre do jornal O Rebate do dia 29 de janeiro de 1919, sob o título de “Um homem perverso” seguido da interrogação: “Ficará impune”?, a irmã de Firmino Ferreira, de 14 anos de idade, Paulina Teixeira, denunciava que seu irmão acabara de ser vítima de um ato miserável, que merecia um enérgico castigo.
Funcionário há bastante do Hotel Grindler, seu irmão vivia perseguido pelo “tineiro” do mesmo hotel, de nome Saraiva que, sujeito de baixos instintos que era, queria submetê-lo a práticas imorais, encontrando sempre “a mais enérgica repulsa”, por parte de seu irmão Firmino.
Firmino, entretanto, era perseguido por Saraiva a toda hora e momento, de forma acintosa.
No dia anterior ao da denúncia, renovando suas propostas, o “sátiro” foi além, agarrando Firmino pelas costas com o firme propósito de violentá-lo.
Como seu irmão sacasse de um canivete para se defender, Saraiva levantou-o no ar e atirou-o de encontro à parede fraturando-lhe uma das pernas em dois locais.
Firmino, em lamentável estado foi conduzido para a Santa Casa, onde ficou em tratamento.
Quanto ao agressor, estava impune, rindo-se do ato infame segundo constava a irmã da vítima, ele não seria  pela polícia, pois lhe parecia que tinha “padrinhos”.
Lavrava assim o seu protesto, exigindo a “punição do malvado”, sob pena de voltar à imprensa e apelar para todos os recursos possíveis.


Continua...

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Fonte de pesquisa: CDOV – Bibliotheca Pública Pelotense
Imagens: acervo de A.F. Monquelat
Revisão de texto e postagem: Jonas Tenfen

3 comentários:

  1. É verdade, nada melhor do que tomar um chá quentinho a noite, eu prefiro tomar o Chá de Hibisco com Gengibre porque ele ajuda a emagrecer de forma saudável

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